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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sobre o Suicídio de Artistas! (Crônica)

Bárbara Morais, atriz e estudante

Chaplin, em sua biografia, conta dos artistas que começaram a se suicidar por volta de 1912. Artistas que ficaram desesperados quando perceberam que o surgimento do cinema fez nascer um conceito de mito, de fama, muito diferente do que estavam acostumados!

Tenho ouvido discursos semelhantes de vários colegas, alguns estão considerando a possibilidade do suicídio, por se julgarem inúteis e mal encaixados num mundo globalizado e rapido como é hoje em dia!
Há aqueles que estão migrando para outras profissões e passaram a acreditar que relamente não é possível viver de arte, principalmente nos tempos atuais, onde o conceito de mito e celebridade passou a exigir cada vez mais um apelo imediato e de total empatia com o público numa velocidade record.
A depressão, o medo, a angústia e a solidão tem sido uma constante na nossa profissão, sobretudo um sentimento de inutilidade e um certo vazio causado pela profunda falta de esperança. Há o medo de chegar à velhice sem qualquer cobertura do estado e/ou uma garantia de descanso depois de uma vida de trabalho.
Alguns sentem medo de perder seus companheiros ou companheiras por não conseguirem uma forma digna de prover o sustento e dar garantias para a família.
Na minha opinião, esses fantasmas sempre existiram na vida do artista. Se hoje vivemos uma pressão econômica maior, em tempos outros, era bem difícil lidar com o TABU da profissão. Hoje em dia o artista é depreciado e amado e é mais aceito na sociedade de consumo!
Não vejo o Suicídio como uma saída para ninguém, também acho que é saudável manter um tom otimista e trabalhar um pouco por dia para mudar a sua condição. É importante, no entanto, ter consciência de que o conceito de mito e poder hoje em dia é bem diferente da época do chaplin, mas as perguntas persistem:
Afinal, o que é ser, de fato, um bom artista?
O que é preciso para sentir-se feliz sendo artista?
                    
Jiddu Saldanha
03/06/2011

Um comentário:

  1. E o que é um artista, senão um bom espelho, um fractal da arte de seu tempo?

    Pode ser e agir com desenvoltura diante do caleidoscópio da modernidade que nega continuidade da arte , o élan mais que perfeito impulsionante do crescer harmônico, o único caminho - aberto prazerosamente - em miríades de facetas espelhantes de arcaicas e novíssimas questões profundamente enraizadas na alma sedenta de conhecer-se, aprimorar-se e seguir universo afora?

    O que é a arte hoje, esta deve ser a pergunta, pois nela e dela nascem o desfio do bem e do belo naquele que quer se dar ao privilégio de ser considerado artista - artista de seu tempo, em tempo real comprometido consigo mesmo e com o mundo gritante na cega estagnação.

    A máquina impera anulando a necessidade no repouso do olhar delicado e como engrenagem desta gigante acinzentamos os menores fragmentos inspiradores de aprofundamento ao cerne de cada etapa do processo belamente projetado à ser realizado graciosamente, dia após dia ,sem pressa, como se estivéssemos diante da eternidade.

    E quem, nessa correria pode circular com maestria,vencer a montanha de obstáculos da massificação caótica e de mente iluminada, sadia, descrever,apresentar em nova temporada a peça e ofertá-la para maior deleite novos oasis?

    Arte e artistas ,eis aí a nova muda questão!

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