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terça-feira, 1 de novembro de 2016

ARTUR GOMES E ANDRE GARCIA - DOIS MOMENTOS PARA O POESIA DE CENA 2016

Isso mesmo, uma verdadeira máquina de falar poesia. Muitos acreditam ser uma reencarnação do próprio Evtutchenko, o poeta russo que falava poemas em estádios de futebol lotado. Quem já teve o prazer de ouvir este gigante da poesia brasileira, não tem ideia de sua força e fúria poética. Artur Gomes é, ao lado de Mano Melo, Lília Diniz, Dalmo Saraiva, Marisa Vieira e Elisa Lucinda, o maior nome da poesia falada no Brasil.
Já André García é, sem dúvida, um dos mais arejados poetas de Cabo Frio, com uma pegada forte na reflexão politica, sua obra está surgindo com grande força e irreverência. Se tem alguém que leva a sério o que faz, esse alguém é André. Suas publicações já circulam a muito tempo pelos espaços alternativos de Cabo Frio e Região dos Lagos, mas agora, depois que criou o selo CAMARADA GARCIA, passou a realizar sonhos de outros poetas, inclusive eu. Com seu belo fazer criativo, de publicações alternativas, sua oficina de Fanzine, é um verdadeiro despertar para a arte e o viver em si.
Cabo Frio, no POESIA DE CENA 2016, vai encontrar um pouco da sua essência, através de tantas possibilidades criativas e muita invenção, a partir do exercício da palavra poética, praia em que Artur Gomes e André García, já navegam a muito tempo, não sem se se "antenar" nos acontecimentos atuais dentro da arte do fazer, criar e escrever poesia. Enfim, fazer literatura!

Artur Gomes e André García, momento único para estar com os dois ao mesmo tempo.  Vale a pena fazer, ver e viver o que
eles tem para ensinar para todos nós.
A POESIA FALADA COM SUA FORÇA TOTAL

Nascido na Cacumanga, em Campos dos Goytacazes, Artur Gomes já fez de tudo na vida. Foi da cavalaria montada, chegando a tornar-se Dragão da Independência, isso mesmo, aqueles soldados que se vestem com uniforme imperial e guardam o palácio do planalto. Mas tem uma profissão que poucos conhecem hoje em dia: Artur foi Linotipista, isso mesmo, na época em que não existia máquina de impressão eletrônica, ele se fechava numa câmara para fabricar letras de chumbo que, posteriormente, seriam colocadas na máquina de impressão, para virar livro e anúncio de jornais.
Nos anos 60 Artur praticamente teve a revelação da poesia, e atravessou a década de 70 gritando seus poemas aos 4 ventos, por este Brasil a fora. Tive a honra de encontrá-lo inúmeras vezes pela estrada e cheguei a fazer alguns filmes sobre ele, do qual destaco o POESIA PROIBIDA, nome de seu recital que tive a honra de dirigir, por volta de 2012. Artur é um monstro sagrado, um poeta verdadeiro, com uma pegada forte e direta. Sua poesia traz uma palavra revolucionária e erótica. Seu jeito de eterno menino, esconde sua idade, Artur é o poeta que nunca envelhece. Sua fúria, sua criatividade, sua alma é a dos verdadeiros travadores medievais, cavaleiros quixotescos, lutando eternamente contra os moinhos de ventos da vida.
Em 2007, eu e este grande poeta nos trancamos para estudar a fundo o impacto das novas tecnologias na arte da poesia, o resultado foi o surgimento do polo Cinema Possível de audiovisual e a Fulinaima Vídeos, a partir daí, passamos a utilizar o audiovisual como plataforma de criação para diversos suportes de internet. Artur é uma usina viva de criação e sua arte é, hoje, reconhecida em todo o Brasil.

OFICINA DE POESIA FALADA

Com um método único de memorização e declamação em público, Artur é desses professores poetas que você aprende rindo e se divertindo muito. No final das contas, conviver com ele, ouvi-lo falar em público, e descobrindo a sua verve poética, é a forma mais simples e direta de mergulhar no misterioso mundo de falar poesia para grandes públicos. Foi assim que o conheci, nos anos 90, em alguns dos principais momentos da vida literária do País. Indo por bienais, eventos literários em calendários de cidades por todo o Brasil, lá estava ele, o POETA PROIBIDO que libertava a palavra presa na garganta. Vamos aprender com ARTUR GOMES!

ANDRÉ GARCÍA E O FANZINE EM CABO FRIO

André já circulou por diversos lugares da cidade, como poeta, é uma espécie de "andarilho urbano", desses que vai aos lugares sem compromisso. Chega a hora que quer e sai quando a gente menos espera, comportamento típico de poeta. Bom mesmo é ouvir seus poemas, quando ele sobe no palco, fala com o coração e mostra uma poesia ácida que não deixa pedra sobre pedra. André é um artista que resolveu levar sua arte a sério e vive vida de poeta, dividindo seu tempo entre a produção, o emprego e reinvenção de si mesmo.

Com um vasto conhecimento sobre o tema Fanzine, André mantém seus interlocutores totalmente focados no assunto!
Desde que o conheci, ele investe, sempre, na sua produção. Cria seus livros, e sai por aí, vendendo seu material. Reclama que ninguém lê, tremendo "sétium", já que, se tem escritor em Cabo Frio que tem leitores, esse cara é ele. Blogueiro da pesada, publica com disciplina e quem conheceu sua fase cineasta, sabe que seus filmes causavam sensações no Cine Mosquito, o Cine Clube mais antigo de Cabo Frio.  
Uma vez, a galera do OFICENA deu por falta do André e começou a especular porque ele não foi mais ao curso, respondi logo para que não ficasse dúvida. André é um poeta, ele veio aqui por comprometimento com sua poesia, veio e foi embora, a nós, só resta a gratidão, por saber que tivemos, circulando pelas entranhas escuras do teatro semi-abandonado, a figura daquele que será, talvez, um dos poucos poetas que se salvará, de fato, enquanto criador de uma obra robusta.
Sobre a oficina de fanzine, do André García, soube, pela primeira vez uma que ele deu na Casa Ancorada e utra que foi ministrada no espaço Aroeira, praticamente nos dois extremos da cidade. André, é um cara muito produtivo e suas publicações já lhe renderam omentos incríveis como, por exemplo, a Inserção de Henrique Selani, definitivamente, no mundo da poesia local, além de criar uma forte energia de atividade voltada para a construção do Fanzine, que, não para de se multiplicar em sua mesa de criação e exposição.



Jiddu Saldanha - Blogueiro.

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