OBRIGADO POR SUA HISTÓRIA

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Maestro Budega e o turismo artístico-musical de Cabo Frio.

No hotel La Brise, Budega, ao lado da produtora Luciana Branco  e os musicos 
Lucas, David e Jesse, para a segunda edição do evento, "O Choro Comeu".
Que Cabo Frio é a cidade do Turismo, disso não se tem dúvida, embora, aqui, a vida cultural seja intensa e a cidade respire algo que vai muito além das belas praias. Cabo Frio é, para quem tiver olhares e ouvidos atentos, um caldeirão cultural, por onde pulsa a vida e a energia de muitos artistas locais. Que seja através de música nas praças, onde acontecem eventos que vão do Gospel ao Jongo, do Samba ao Choro, das Batalhas de Rima às Festas de Reis.
Quando um turista chega na cidade, ele curte a praia e se diverte vendo um céu azul, belos barquinhos entrando mar adentro, transatlânticos que circulam pra lá e pra cá; porém, quando chega a noite, este mesmo turista, se tiver tino aguçado e gostar de arte, vai entrar no mundo da música cabofriense, e é aí que entra o Maestro Budega. muitos de seus discípulos podem estar tocando pela noite. Sim, porque Budega, através de seu projeto "Apanhei-te Cavaquinho", não só tirou jovens das ruas, ajudou a incluir pessoas, conferindo-lhes cidadania para lidar com as intempéries do dia-a-dia, mas também, forneceu uma rica energia para que esses mesmos jovens, pavimentassem a vida cultural noturna da cidade.
Ao lado de Abel Silva, no Iate Clube. Papos e mais papos
sobre música brasileira e muitas composições!
São discípulos e parceiros, que circulam pela vida louca de uma das cidades mais badaladas do Brasil, em que pese, sua população pacata e a tranquilidade cotidiana, na verdade, existe um verdadeiro veio, um profundo manancial de arte, onde a música é o carro chefe e, se tem música, sempre tem um dedinho do MAESTRO BUDEGA.
Mais do que artista, Budega é desses profissionais que contribui para pensar a música, de um ponto de vista que procura, acima de tudo, estabelecer conceitos, sem pedantismos. Ao mesmo tempo que prima por um repertório que inclui o melhor da cultura musical brasileira. Ele se propõe a levar aos jovens uma reflexão aprofundada sobre a relação tocar, cantar e se apresentar, afirmando, assim, uma identidade que vai do local ao universal.
Quando comecei a fazer perguntas sobre sua tragetória artística, Budega sempre faz questão de deixar claro que o que faz é uma missão e que ele nunca teve dúvida disso. Se hoje a cidade desfruta de uma elenco de jovens que tocam na noite, e se alastram pelo mundo todo em bandas que vão do Jazz, ao
No Iate Clube, uma parceria com seu
irmão, Alvinho - 2017.
erudito e ao popular, só fez isso porque estava imbuído de orientar as novas gerações em direção ao que ele acha importante e relevante como discussão, reflexão e execução musical. "Nunca fiz nada, pensando no meu ego. Acho que o PROJETO, deu e dá sua contribuição para o mundo da música, por isso, a partir de 2016, comecei a me empenhar na busca de uma sede para continuar levando isso adiante, de um outro patamar".
Com esta fala benfazeja, Budega conclama o empresariado da cidade a investir mais na vida turístico-cultural da cidade, sem dúvida, uma vocação que vai bem além das praias.
O projeto Apanhei-te Cavaquinho, ao longo de seus quase 20 anos de existência, começa a alçar vôos a partir de um profundo comprometimento com a música brasileira.


Veja o curta "BUDEGA" feito pelo projeto Cinema Possível - Lançado em 2016
no cine clube Cine Mosquito.



Jiddu Saldanha - Blogueiro 
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quarta-feira, 26 de abril de 2017

O mundo mítico de Gilgamesh - A Caminho de Forteleza, Ceará!

A história de Gilgamesh traz informações preciosas sobre o mundo antigo. A forma como o Deus Sol, era adorado e a relação entre as catástrofes naturais, com o fim do mundo. Um sentimento de impermanência, somado a um desejo de eternidade, algo que está nas civilizações, desde que o mundo é mundo, pautando o caminhar humano sobre as grandes planícies da existências.
Contei esta história algumas vezes, e venho, até hoje, buscando um caminho narrativo, espontâneo, que faça sua oralidade fluir, junto com a expressão da mímica natural do meu corpo. Tem sido, assim, um caminho dificílimo num momento em que memória e poesia, cada vez mais, se confundem em minha mente.
Não é nada fácil encontrar essa essência narrativa, tentando uma expressão que, longe de ser virtuosa, encontre apenas o coração e a pulsação do público em cada nuance, escultura visual-corpo-vocal, desta tão profunda, bela e misteriosa história da humanidade. Andar pelas antigas planícies da suméria e acordar em Cabo Frio, contemplar o mar, suas belezas, contemplar a vida, viver a relação de paz, amor, esperança e gratidão, diante de tantas dúvidas que me assaltam a cada momento.
Em Fortaleza, uma esperança nova, uma cortina que se abre, para mostrar minha experiências com esta história. Junho chegando, e a possibilidade de novas descobertas sobre o ato de "narrar de memória", utilizando o conhecimento da mimica enquanto elemento que sustenta alguns traços da oralidade proposta neste texto. Venha a luz deste momento, venha a glória de aprender sempre e cada vez mais, diante de uma platéia.

Os muros que separam nossa humanidade, construídos para depois serem
demolidos por ossa humanidade que busca a evolução. Foto: Alexandra Arakawa,
10º Simpósio Internacional de Contadores de Histórias, 2011, durante
a narrativa mítica de Gilgamesh, o Rei Semi-Deus...
A primeira vez que contei esta história, foi em 2010, no "Conto 7 em ponto", em Belo Horizonte. No ano seguinte, 2011, fui para o Simpósio Internacional de Contadores de Histórias, no Rio de Janeiro e depois disso, saí por aí, contando essa história em diversos eventos, praças e escolas. Dei uma parada, para mergulhar, sentir, aprofundar, entender. AGORA ESTOU DE VOLTA.
Gilgamesh a uma das histórias que mais se aproximam do meu jeito de viver, contar e narrar!

vou membora pra uruk
a terra de gilgamesh
lá contarei histórias
lá rezarei minhas preces

terei um amigo rei
que vai me apertar a mão
serei amado e respeitado
naquela imensidão

vou membora pra uruk
subir em árvores de cedro
cavalgar o leão alado
por sobre os muros de pedra

em uruk serei feliz
terei amigos de montão
vou apertar meu abraço
com gente do coração

lá, não serei mais um
serei poeta, serei flor
em uruk, viverei
somente do meu amor.

(jiddu)