OBRIGADO POR SUA HISTÓRIA

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Viagem ao Chile - 2014

Recebendo o prêmio Yolanda Hurtado, direto das mãos
do Sr. Roberto Hoppman.
A experiência de conviver com o povo de Santiago, Chile, gerou em mim, sentimentos complexos. A vontade de mostrar minha arte além fronteiras é uma delas. Poder conhecer um povo diferente em sua cultura mas semelhante em diversos aspectos com o Brasil. Sem dúvida que uma das melhores energias que pude sentir foi o amor e o respeito que o chileno tem para com o brasileiro. Andar pelas ruas de Santiago, sentir a velocidade de uma sociedade que trabalha como formiga, foi uma experiência linda e diferente. Estar em um país tão organizado, para os padrões da nossa tão sofrida América Latina, e conviver com uma população tão crítica de suas próprias idiossincrasias.
Outro fator que me manteve em estado de gratidão, foi a forma como fui tratado, não apenas pelas pessoas que me cercaram - para que eu tivesse a qualidade de vida necessária para cumprir minha missão naquele país -  mas também, pela equipe do belíssimo espaço cultural Taller Siglo XX Yolanda Hurtado. Um grupo de profissionais altamente qualificados, cada um rendendo o máximo em sua função específica. Momentos inesquecíveis que iam desde uma boa conversa à troca de experiência artística em todos os níveis. Lá, pude convviver, ainda que por pouco tempo com: Juan Galdamez, Antonio Ortiz "Toño", Roberto Jadue, Pablo Casals, Macarena Sides "Cota", Gabriela Souza, David Fernández, Roberto Hoppmann, Constanza Castillo, Luciano Marchant (videasta), Hugo Fernández (diseñador - disign).

Foram as três apresentações na cidade de Santiago: 

Espetáculo e bate papo com crianças e jovens da sociedade israelita Bet - El, onde pude, não apenas mostrar minha técnica mas também falar sobre ela. Um momento vivido com plenitude, poder sentir a força e a energia de uma juventude que vem chegando ao mundo com a fúria transformadora e ao mesmo tempo, o equipamento existencial e a ética trabalhada na sensibilidade da arte. Foi bonito ver, num pátio, abrigado por uma lona, tantos jovens interessados no que eu tinha pra dizer com meu silêncio e minhas palavras. A educação e o respeito, além da curiosidade e a alegria de viver, marcaram minha primeira performance em Santiago.

Ao final do espetáculo, receber o carinho da platéia, não tem preço!
Oficina de Mímica para artistas e educadores de Santiago. Um grupo seleto de pessoas especiais em suas almas e sensibilidades, permitiu uma troca de informação em um curto período de apenas 3 horas de duração mas intenso na completude gerada pela positividade das pessoas presentes. O santiaguino é um curioso, semelha-se muito ao brasileiro, pergunta tudo e tem uma sede de querer experimentar na prática, aquilo que se está dizendo. Além de um rico bom humor e uma inteligência aguçada pelo forte hábito de estudar, incutido no imaginário de um povo que deu ao mundo artistas como Pablo Neruda, Gabriela Mistral e Roberto Bolaño.

Espetáculo de mímica "Mímica Maravilhosa", que nada mais é que o espetáculo histórico que faço a 25 anos, "Por Detrás do Silêncio", que, depois de circular pelo nosso imenso país-continente, o Brasil, agora fez sua estréia numa ótima casa de espetáculo. O Taller Siglo XX Yolanda Hurtado, onde, com um público muito especial, colhido na melhor safra da sensibilidade santiaguina, pude me emocionar no palco, ao lado de pessoas como artista visual e cirurgião plástico, Roberto Hoppmann; a locutora da rádio universitária de Santiago, Lala Salamanca e o poeta chileno que é um dos mais conhecidos no Brasil, Leo Lobos. Ter pessoas assim na minha platéia, foi um privilégio, uma troca efusiva de experiência e sensibilidade, mergulhados na essência e no maior da vida!

Novos amigos, novos encontros para a vida! Da esquerda para a direinta:
Leo Lobos, Pablo Casals, Jiddu Saldanha, Roberto Hoppmann e
Macarena Sides "Cotta".
Circular por Santiago e reencontrar amigos como Noél Oiveira, Cristian Hernandez e Jeniffer Aburto, foi algo que não se esquece jamais. A acolhida, a troca de energia e informação, faz a gente pensar o quão parte se faz da comunidade planetária. Por um lado sou brasileiro, mas é como se aquelas pessoas que lá encontrei, já fosse parte de uma comunidade que, se não é uma família, ao menos, são vizinhos muito próximos e é como se já estivessem lá, esperando a minha volta.