Escritor de literatura infantil com 16 livros publicados editor da Casa da Prosa
Membro do Colegiado Setorial do Livro e Leitura do MinC, instância do Conselho Nacional de Política Cultural
Contemplado na Bolsa Funarte de Circulação Literária 2010
Ganhador do Premio Literatura para todos -MEC 2008
Jiddu Saldanha – O Cearense é considerado um contador de histórias nato, a que você atribui este forte traço cultural?
Almir Mota - Na minha família, principalmente por parte do meu pai, todos adoram contar um bom causo. Era sempre assim quando eu era menino, pelos seis anos de idade ouvia muito minha Avó a Dona Canela (canela aqui é aquela planta que se faz chá) ela contava todo tipo de histórias rimas ou não. Então acredito que assim como eu muitos outros cearenses ouviram histórias na infância.
JS – Como foi que a arte de contar histórias surgiu na tua vida?
AM - Como contador de histórias foi há uns 12 anos quando estava lançando o meu primeiro livro infantil, O Cavalinho Amarelo. Daí pra cá fui só melhorando o repertório de histórias e criando as minhas próprias.
JS – O que a arte de contar histórias acrescenta na vida das pessoas em geral?
AM - Muita imaginação, eu acho. Mas também oferece a chance de conhecer mais daquilo que esta nas pessoas. Pois os contadores são esta espécie de gente-livro que vive se mostrando para o mundo.
JS – Que tipo de “talento especial” é necessário, na tua opinião, para ser um contador de histórias?
AM - Precisa aprender ouvir, isto já um começo. Acho-me um bom ouvinte.
JS – Você acha que, no Brasil, já existe o reconhecimento do profissional contador de histórias? Qual o impacto disso, na tua opinião?
AM - Infelizmente ainda não temos, mas o contador de histórias como profissional já é citado até na lei do magistério. Precisamos nos unir mais. O Conta Brasil (Instituto de Contadores de Histórias do Brasil) pode ser uma boa ferramenta de luta junto ao congresso nacional para regularizar a classe.
JS – Quem são os artistas desta área que você costuma apreciar?
AM - Vixe. São muitos meu filho! Meus amigos todos contadores. Mais aqui no Ceará tem uns velhos de setenta e lavai pedradas que contam divinamente. Nós descobrimos no projeto da Júlia Barros, o “Lamparina de histórias”, entre eles temos seu Manuel Sivestre da cidade de Aquiraz.
JS – O que você recomenda para os jovens que querem se dedicar à arte de contar histórias?
AM - Escutem os mais velhos. Ouçam a voz, o gesto e o olhar de quem carrega as histórias por toda a sua vida. Leiam bastante, o bom narrador precisa saber o que esta contando para as pessoas.
JS – Quem é Almir Mota por Almir Mota?
AM - Um cearense esperto que nem mineiro, apressado feito paulista, manso como carioca e batalhador como todo brasileiro.
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Eita!!! Conheci o Almir, de vista e de cumprimentos aqui e ali, daquele jeito que o mineiro conhece as pessoas, mais olhando que chegando de supetão... Mas já tinha dado para ver que o sujeito é retado!!! Grande cabra. Depois, no outro dia, ouvi ele contado. Aí, pronto. Vi que era desses que nascem com o ovo atravessado, sujeito pra muitas conversas e palestras. Gostei de imediado.
ResponderExcluirEspero conhecer mais pessoalmente e palavralmente no próximo encontro.
Ah!!! a antrevista foi boa também. Bem do jeito cearense, né? Assim...